Si Tú No Existieras

O Dilema do Amor e da Perda em 'Si Tú No Existieras'

A música 'Si Tú No Existieras' de Ricardo Arjona é uma expressão intensa dos sentimentos contraditórios que acompanham uma relação amorosa complexa e, possivelmente, tóxica. Através de uma letra carregada de metáforas, Arjona descreve a dificuldade de viver com e sem a pessoa amada, evidenciando o conflito interno que isso gera.

No início da canção, o eu lírico menciona objetos cotidianos que remetem à ausência da pessoa amada, como um sillón de Marruecos e um falso Picasso, que simbolizam a memória e a saudade. A menção aos 'catorce adoquines' pode ser interpretada como os dias da semana, que clamam pela presença da pessoa amada. A expressão 'vivo del aire que expulsa el olor de tu blusa' ilustra a dependência emocional que o eu lírico tem em relação ao outro, mesmo que essa dependência seja dolorosa.

O refrão da música revela o desejo paradoxal de que a pessoa amada não existisse, para que assim o sofrimento causado pela sua ausência ou presença pudesse ser evitado. A comparação da relação com 'jugar ruleta rusa, con ganas de perder' sugere que o eu lírico está ciente do perigo emocional que corre, mas parece incapaz de se afastar dessa dinâmica destrutiva. A música, portanto, retrata a luta interna entre o amor e a dor, a necessidade e o desejo de libertação de um relacionamento que é ao mesmo tempo vital e devastador.