À Margem do Igarapé
Vicente Celestino
À margem calma de um Igarapé
Vivia um casal de caboclo feliz
E aquele ranchinho de amor e sapé
Foi Deus quem o fez
Foi Deus quem ouvi
Um dia a cabocla correu distraída
Brincando com as águas
Tão longe da vida
Dois gritos de horror no céu ecoaram
E a pobre mestiça, as águas levaram
Debalde um caboclo acudiu apressado
Andou toda noite voltou desolado
Bateu toda margem, rios bateu
Chamou a cabocla, ninguém respondeu
E hoje quem passa vê um triste velhinho
Sentado num banco falando sozinho
E a água parada do Igarapé
A dor do caboclo
Não ouve não vê
E a água parada do Igarapé
A dor do caboclo
Não ouve não vê
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