Caneta Amiga
Luiz Fernando e João Pinheiro
Um dia desses
Revirando a gaveta
Eu achei uma caneta
Que me fez chorar de dor
Eu me lembrei
Quantas cartas escrevi
Para o meu grande amor
Que há tempo me deixou
Ela não quis
Mais saber de poesia
Disse que não viveria
Somente do trivial
Foi-se embora
Desta casinha modesta
Acabando com a festa
Provocando tanto mal
Caneta
Caneta amiga
Sendo você tão antiga
Não pode mais escrever
Estou igualzinho
Ao amor daquela ingrata
Secando tal qual a tinta
Que está dentro de você
Hoje eu vivo
Neste mundo solitário
Vou andando num calvário
De tristeza e solidão
Não canto mais
Nem pego minha viola
Companheira que consola
O meu pobre coração
Recordações
Não me deixam sossegado
Lembranças do passado
Aumenta meu sofrimento
Se eu pudesse
Com você escreveria
Uma história de alegria
Sem nenhum padecimento
Caneta
Caneta amiga
Sendo você tão antiga
Não pode mais escrever
Estou igualzinho
Ao amor daquela ingrata
Secando tal qual a tinta
Que está dentro de você
Caneta
Caneta amiga
Sendo você tão antiga
Não pode mais escrever
Estou igualzinho
Ao amor daquela ingrata
Secando tal qual a tinta
Que está dentro de você
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