Povoeiro, Flor de Campeiro
Flávio Hansen
Alpargatas desgastadas
De tantas léguas de estradas
Camiseta com reclame
Que lhe deram de regalo
Um boné das eleição
Cherenguita bem a mão
De lidar com castração
E por mossa nas orelhas
Simplicidade campeira
Qualquer serviço lhe agrada
Se der sustento pro rancho
E "bóia" pra gurizada
Esquila, aparte mangueira
Carneia, doma, tropeia
Qualquer a lida que venha
Não borra a marca jamais
Vem cedo de madrugada
Acampa pelos galpões
E mostra como se faz
Que povoeiro
Flor de campeiro
No vai e vém
Campo e cidade
Uma saudade
Detém os dois
Cresceu na volta da estância
Desde piá foi assim
Pra adoçar os sonhos de infância
Campeava mel de mirim
Hoje na beira do povo
Não tem encilhas nem nada
Vive com a alma voltada
Pra aqueles fundo de campo
Qualquer que seja a pegada
Um buenas na hora marcada
Novas trilhas, velhas mágoas
Mas segue firmando o tranco
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