Baita Baile
Flávio Hansen
Num bate coxa "grongueiro" quando tem gaita e pandeiro
Sou taura loco de bueno metido a sebo e carancho
Gosto de um baile de rancho cheirando a garra e mangueira
E de atropela lua cheia em retorcido e fandango
Meu canto chão é a cordeona que se desdoma escorada
Conforme a volta da armada e o coração do gaiteiro
Quem amadrinha é o pandeiro mas quem dá forma pro verso
É o contra canto do resto com alma de bochincheiro
Atraca pandeiro "véio" que a farra mau começou
E o pealo se acomodou nos olhos duma morena
Que anda loca de cheia no golpe da oito soco
Fincando o facão no toco flor de caborteira
Nos quatro canto da tasca a meia luz do bailongo
A concertina dá o troco abrindo os tarro de golpe
E no abre e fecha do fole quando o pandeiro se lava
Até o gaiteiro se embala tocando a trote e galope
Enquanto vou me entretendo no golpe da botonera
A alma aperta a peiteira no resmungar das chorona
Me agarro com as redomona e pouco importa o sinuelo
Pra me tira do rodeio só terminando com a zona
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