Soledad

A Melancolia do Tango em 'Soledad'

A música 'Soledad', interpretada pelo icônico Carlos Gardel, é uma expressão profunda da solidão e do desespero amoroso. A letra descreve a dor de um coração que foi abandonado e a luta para aceitar essa realidade. O eu lírico se recusa a ouvir de outros que o amor de sua vida o deixou, preferindo se agarrar à esperança, mesmo que seja uma mentira, de um possível retorno da pessoa amada.

A solidão é descrita como amarga e profunda, uma condição eterna que o protagonista da canção parece incapaz de escapar. A passagem do tempo é marcada pelo 'tic-tac' do relógio, que se torna uma tortura em sua lentidão, acentuando a agonia da espera. A espera por passos que talvez nunca mais se aproximem é uma tortura psicológica, onde a ilusão e a realidade se confundem, deixando apenas a dor e a 'ceniza' no coração do eu lírico.

A imagem do relógio e das horas que se recusam a passar simboliza a paralisia emocional do protagonista, enquanto figuras fantasmagóricas e lembranças do amor perdido desfilam diante dele, zombando de sua dor. A música, com seu ritmo de tango, evoca a tradição cultural argentina de expressar sentimentos de perda e nostalgia, e Gardel, com sua voz emotiva, transmite com maestria a angústia e a desolação de 'Soledad'.