Acalantos
Ramão Missioneiro
Fim de tarde, mês de agosto
Na costa do ibirapuitã,
Vem de bando a passarada
Pra copada do tarumã
Eu me vou para o rancho
Na espera do amanhã
No aconchego de um catre
E um velho pala de lã.
Só peço ao patrão do céu
Que não falte a este peão
Essência de campo e mato
E o aconchego de um galpão.
Antes de cantar o galo
Já me boto em prontidão
Passo uma água na fuça
E atiço o fogo de chão.
Recosto a cambona tisnada
No brasedo do tição
Pra logo cevar meu mate
E dar rédeas ao coração.
"inda" meio "lusco fusco"
Me espera o compromisso
Faço de tudo na estância
Lidando com todo o viço.
A tardinha volto ao rancho
Dos encantos e feitiço
Pra acalantar minha alma
Depois de pronto o serviço.
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