Morgana

Amor Gótico e a Estética do Sombrio em 'Morgana'

A música 'Morgana', do artista k a m a i t a c h i, é uma narrativa que explora a atração por uma figura feminina que encarna elementos do ocultismo e do gótico. A letra descreve uma personagem que se interessa por livros de São Cipriano, fala com espíritos e tem um estilo que remete a ícones da cultura dark, como Aleister Crowley e Marilyn Manson. A menção ao 'Inferno de Dante' e a outros elementos de terror e suspense, como filmes de Hitchcock e 'O Iluminado', reforça a atmosfera sombria que a personagem evoca.

A relação descrita na música é marcada por uma identificação mútua entre os envolvidos, ambos se consideram 'problemáticos' e encontram na raiva e na excentricidade um ponto de conexão. A música sugere que essa identificação é tão intensa que a raiva compartilhada é capaz de criar um 'buraco em Setealém', uma referência ao inferno ou a um lugar de caos e desordem. A repetição do refrão enfatiza a beleza encontrada na estética alternativa da personagem, que é admirada pelo narrador.

Por fim, a música termina com uma imagem poderosa da 'imperatriz dos contos de fadas', mas com uma reviravolta sombria: as fadas estão aprisionadas e as rainhas más, enterradas. Isso pode simbolizar uma subversão dos contos de fadas tradicionais, onde a personagem de Morgana representa uma versão mais obscura e realista da feminilidade, longe dos estereótipos de princesas e rainhas boas. A música, portanto, celebra uma forma de amor que encontra beleza na escuridão e na complexidade.