Tião Carreiro e Pardinho: conheça as melhores músicas da dupla

Tião Carreiro e Pardinho foi uma das duplas sertanejas antigas mais importantes do Brasil.

Com uma carreira dividida em dois momentos, eles estiveram em atividade entre 1964 a 1978 e também de 1981 a 1993, e são os responsáveis pela criação do pagode de viola.

Subvertendo a tradição sertaneja de colocar como primeira voz a mais aguda, aqui era a voz grave de Tião Carreiro que sobressaía — além de compositor sofisticado, ele foi o principal cantor da dupla.

Com quase 30 álbuns gravados, os músicos lançaram diversos sucessos que se tornaram grandes clássicos da moda de viola.

Pensando nisso, resolvemos relembrar a carreira de Tião Carreiro e Pardinho e as melhores músicas lançadas pelos sertanejos. Vem ver!

Tião Carreiro e Pardinho: as melhores

Vem ouvir as melhores modas de viola da dupla!

Pagode Em Brasília

Presente no primeiro álbum dos violeiros, Pagode Em Brasília foi lançada em 1960.

A canção deu origem a uma batida alegre, criada por Tião Carreiro e batizada por ele como pagode, nome pelo qual as festas na roça eram chamadas em Goiás e Minas Gerais.

A composição foi feita em homenagem à inauguração de Brasília e foi um grande sucesso nas rádios do país.

Uma curiosidade é que Tião Carreiro entregou a música para que Teddy Vieira e Lourival dos Santos escrevessem a letra, e acabou abrindo mão da autoria.

Ele se arrependeu para sempre disso e nunca mais deixou de assinar as composições que musicou.

Rei do Gado

Música que dá título ao álbum de estreia da dupla, Rei do Gado foi escrita por Teddy Vieira.

Lançada em 1961, a música conta a história de um embate entre um barão do café e um peão que acaba se revelando como o famoso rei do gado.

Trata-se de um personagem real: o empresário Antônio Joaquim de Moura Andrade, fundador da cidade de Andradina e um dos nomes mais famosos da pecuária brasileira do século XX.

A canção é um clássico da música caipira e foi regravada por diversos artistas, incluindo Tonico & Tinoco e a Orquestra da Terra.

O Prato do Dia

Grande sucesso da música caipira, O Prato do Dia foi lançada pela primeira vez por Tião Carreiro e Paraíso no LP de mesmo nome, lançado em 1981. Posteriormente, Carreiro regravou a canção com seu parceiro Pardinho.

A canção é um retrato do Brasil à moda antiga, em que o homem cuida dos negócios enquanto as mulheres ficam a cargo dos serviços gerais.

Conta a história de um homem que tenta assediar a filha do dono de uma pensão e acaba sendo intimidado por ele.

Boi Soberano

Quem gosta de música sertaneja, com certeza conhece a história da música de Tião Carreiro e Pardinho e sua letra sobre o boi Soberano, que salva a vida de uma criança durante uma estourada de uma boiada.

Embora Boi Soberano seja apenas ficção, a música tem relação com as comitivas de boi que surgiram na cidade de Barretos, em São Paulo, e deram origem aos rodeios.

Pagode

A canção Pagode é uma verdadeira representante do pagode de viola, ritmo inventado por Tião Carreiro.

Embora a canção seja alegre e feita para dançar, a letra é bem sombria e representa um pensamento machista, que transforma a violência contra a mulher em piada.

Amargurado

O que é feito daqueles beijos que eu te dei? O verso de abertura de Amargurado é famoso entre os fãs da moda de viola caipira de Tião Carreiro e Pardinho.

Se a canção anterior impressiona pelo machismo, a dupla mostra que também sabe ser romântica, e a prova disso é essa canção de alguém que sofre por ter perdido a pessoa amada.

A Mão do Tempo

Uma das mais belas canções da dupla, A Mão do Tempo narra o sofrimento de um homem ainda apaixonado por um grande amor do passado.

Agora casado com outra pessoa, ele recorre ao tempo para esquecer as lembranças e a saudade que tanto machucam.

O Patrão e o Empregado

O Patrão e o Empregado fala sobre a relação de trabalho como uma condição natural e fruto da criação divina.

A música defende que quem faz bom uso do dinheiro é capaz de mudar de vida – caso do próprio personagem da letra, que deixou de ser peão e hoje em dia é artista.

Dessa forma, ele se considera como um empregado dos fãs que a mim nada me deve.

Última Viagem

Composição de Carreirinho e Fernandes, Última Viagem é uma canção de 1975.

Triste, a canção narra um cenário de violência, em que um antigo violeiro fala sobre como abandonou a carreira após seu parceiro ser assassinado em um desafio musical.

Consagração

Consagração é outra música da dupla que fala sobre os desafios de viola.

Sem o mesmo final trágico da faixa anterior, aqui a história se desenrola como em um verdadeiro faroeste, com o narrador e seu parceiro sendo consagrados como campeões.

Travessia do Araguaia

Clássico de Tião Carreiro e Pardinho, Travessia do Araguaia retrata o cotidiano das comitivas que precisavam atravessar as boiadas no Rio Araguaia, conhecido pela grande quantidade de piranhas.

A letra fala sobre o sacrifício do chamado boi de piranha, um boi velho que era lançado no rio para atrair os peixes e poupar o restante do gado. 

Chora Viola

Chora Viola é uma verdadeira declaração de amor ao ofício de violeiro.

A música fala sobre um homem destemido, que tem verdadeira paixão pela moda de viola e não admite que ninguém fale mal da sua música: Quem não gosta de viola, brasileiro bom não é.

A segunda voz do sertanejo

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