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Entenda como funciona o disco de vinil e como é feito

História da música · Por Camila Fernandes

17 de Outubro de 2020, às 19:00

O disco de vinil está de volta já há algum tempo, e dizem que dessa vez ele veio pra ficar. Em um mundo cada vez mais digital, a paixão pelo clássico deixou de ser coisa de colecionador e trouxe o disco de volta para o mercado. 

Os motivos do sucesso variam: temos aqueles fãs que são amantes dos álbuns conceituais e do charme Long Play.

Outros afirmam que a qualidade sonora da música no disco é mais alta que a digital, sem falar naqueles que só querem mesmo matar as saudades dos velhos tempos.

Mas afinal, como funciona o disco de vinil? Como ele é fabricado? Se você quer saber mais sobre esse ítem que é tão importante na história da música, é só continuar com a gente!

Como funciona o disco de vinil?

Para começar, vamos ter que falar um pouquinho de física: a música, assim como os outros sons que escutamos, é composta por ondas sonoras.

Várias ondas em diferentes frequências e comprimentos se combinam, formando a melodia.

Com o uso da matemática, as ondas podem ser representadas graficamente, ou seja, podem ser “desenhadas”. É esse desenho que você vê quando abre uma música em um editor de áudio, por exemplo. 

No disco, as ondas sonoras são literalmente desenhadas no vinil. Depois, quando a agulha vai passando pelo sulco gravado, o som é reproduzido e a mágica acontece. 

E como um disco de vinil é fabricado?

Antes de gravar no vinil, é necessário fazer um molde do disco, que é chamado de matriz. Esse molde começa com um disco de alumínio, que é cortado no tamanho correto e polido para ficar bem liso. 

Depois, o alumínio é revestido com laca, um tipo de resina parecida com esmalte de unha, bem maleável e sensível. Vale ressaltar que a matriz precisa ficar perfeita, sem nenhum arranhão, porque qualquer imperfeição pode causar um ruído na gravação.

A gravação do disco de vinil

Com a base da matriz pronta, é hora de gravar as músicas. O disco de alumínio e laca é colocado em uma máquina chamada de torno, que, com uma agulha, vai gravando as ondas no material enquanto a música é reproduzida, em tempo real

Torno
Torno / Créditos: Divulgação

E por falar na música, como ela chega para ser gravada no disco? Hoje em dia, pode ser em um arquivo digital com alta qualidade ou em uma fita de rolo, mas houve uma época em que o disco era gravado com a banda tocando ao vivo.

Finalmente, o vinil

Com a matriz completamente pronta, é hora de fazer as cópias. Para isso, o disco é colocado em uma prensa e uma bola de policloreto de vinila, também conhecido como PVC ou vinil, é colocada bem no meio.

Aqueles adesivos que ficam no centro do disco, chamados de selos fonográficos, também já são colocados nesse momento. 

Vinil do Clube da Esquina
Vinil do Clube da Esquina / Créditos: Divulgação

Em seguida, a prensa é acionada e aperta o material, espalhando o vinil em cima da matriz e fazendo com que ele copie as ondas gravadas nela.

O disco sai da prensa praticamente pronto — é só cortar as bordas que sobraram e colocar no encarte.

A história do disco de vinil

O primeiro disco de vinil da história foi gravado no dia 21 de junho de 1948, nos Estados Unidos. Ele ficou conhecido como Long Play porque trazia a possibilidade inédita de gravar áudios de longa duração.

Antes dele, usava-se um outro tipo de disco, conhecido como 78rpm ou disco de goma-laca. 

Disco de goma-laca
Disco de goma-laca / Créditos: Divulgação

Apesar de ser bem parecido com o disco de vinil, tendo o mesmo formato e quase sempre a mesma cor, o disco de goma-laca suportava apenas entre dois e três minutos de gravação — ou seja, nada mais que uma música.

É graças ao disco de vinil que nasceu a ideia de ouvir um álbum como uma obra completa, e não só uma música individual. Por causa dele podemos apreciar os melhores álbuns da história!

O primeiro LP produzido no Brasil foi lançado em 1951. Adivinha qual foi o estilo? Marchinhas de carnaval, é claro! O disco foi batizado de Carnaval em Long-Playing e tinha oito músicas.

Já o disco de vinil mais vendido do mundo foi o álbum Thriller, lançado pelo rei do pop em 1982. 

Declínio e retorno

Na década de 80, os LPs começaram a perder espaço para a mais nova criação da indústria musical: os compact discs, que você conhece como CDs.

Eles marcaram a transição do meio analógico para o digital na música. A partir daí os bolachões foram se tornando escassos, até virarem item de colecionador.

Antes disso, já havia surgido a fita cassete, mas ela coexistiu com os LPs não chegou a ter tanto impacto nos discos como aconteceu com o CD.

Fita cassete
Fita cassete / Créditos: Divulgação

Se você nasceu até o meio da década de 90, provavelmente se lembra de ter visto algum aparelho de som que tocava discos e fitas K7. 

Entretanto, em 2014, o inesperado aconteceu. O disco de vinil voltou a ganhar espaço no mercado norte-americano e se espalhou novamente pelo mundo.

Apesar de nunca ter atingido as mesmas proporções que tinha no passado, o retorno fez com que gravadoras voltassem a produzir os LPs. 

Vinil de Smile
Vinil de Smile / Créditos: Divulgação

Há quem fale que houve uma popularização do vinil no Brasil a partir de 2016, quando ele conquistou fãs e passou a ser mais usado pelos DJs.

Porém, como o preço do disco ainda é pouco acessível, não se pode dizer que ele tenha um público tão grande por aqui. 

Conheça a história por trás das capas 

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