Taro

A Fotografia em Meio ao Caos: Uma Análise de 'Taro' de Alt-J

A música 'Taro' da banda britânica Alt-J é uma homenagem lírica ao fotojornalista húngaro Robert Capa e à enfermeira Gerda Taro, ambos conhecidos por seu trabalho durante a Guerra Civil Espanhola. A letra é uma narrativa poética que entrelaça amor, guerra e a morte trágica de Capa, que morreu ao pisar em uma mina terrestre na Indochina em 1954.

A canção começa descrevendo uma cena de guerra, onde Capa avança para capturar imagens do conflito. A referência ao 'salto do jipe' e ao 'rastejar pela estrada' evoca a tensão e o perigo inerentes ao trabalho de um fotojornalista em zonas de guerra. A 'explosão amarela e branca' simboliza o momento da morte de Capa, uma explosão que o lança ao ar e o separa de sua perna. A música então se transforma em uma reflexão sobre a distância - tanto física quanto emocional - entre Capa e aqueles que ele conhecia, incluindo Taro, que havia morrido anteriormente em um acidente durante a cobertura da Guerra Civil Espanhola.

A repetição da frase 'Do not spray into eyes' (Não borrife nos olhos) é uma metáfora para a experiência intensa e muitas vezes dolorosa de se imergir completamente em uma memória ou emoção. A música termina com uma espécie de reunião espiritual entre Capa e Taro, sugerindo que, na morte, Capa se encontra novamente com sua amada e com a parte de si que havia perdido. Através de sua letra complexa e referências históricas, 'Taro' de Alt-J é uma poderosa meditação sobre o amor, a perda e a memória em meio ao caos da guerra.