Punhos cerrados
Zezo Avena
Quero deixar minha marca por aqui
Quero fugir mas não tenho aonde ir
A fome, o medo, ofuscam minha visao
Os punhos cerrados pra matar a solidao
Quero gritar, proclamar revolução
Mas sou escravo de um mundo em extinção
Calado eu sigo sem lutar pelo que é meu
Palavra de um vivo que há muito tempo já morreu, já se foi
Esse não pode ser eu não
Ou eu não sei quem eu sou
Quero deixar muitas marcas pelo chão
E nas paredes meu nome pintado a mão
Em cores que o tempo não irá descolorir
Pra todos lembrarem que ninguém esteve aqui
Esse não pode ser eu não
Ou eu não sei quem eu sou
Esse lugar não é meu não
Ou eu não sei onde estou
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