Dos Botellas De Mezcal

A Melancolia e o Mezcal: A Dor do Amor na Voz de Valentín Elizalde

A música 'Dos Botellas De Mezcal', interpretada pelo cantor mexicano Valentín Elizalde, é uma expressão lírica da dor e da saudade que acompanham um amor perdido. A canção começa com uma solicitação póstuma, onde o eu lírico pede que, ao morrer, sejam colocadas duas garrafas de mezcal em sua tumba. O mezcal, uma bebida alcoólica tradicional mexicana, simboliza aqui o refúgio encontrado para suportar a ausência do ser amado.

O eu lírico confessa que, se morrer de uma 'cruda' (ressaca, em espanhol), a culpa seria da pessoa amada, por não conseguir esquecê-la. A bebida surge como um meio de evocar a presença da amada, a ponto de sentir abraços e palavras de amor que, na realidade, não passam de ilusões etílicas. Essa interação imaginária com a amada dentro da garrafa revela a profundidade de seu sofrimento e solidão.

A música se desenvolve em um ciclo de embriaguez e lucidez, onde os momentos de clareza trazem de volta a dor e a realidade de que a pessoa amada não está presente. O choro e a tristeza são inevitáveis, e a canção termina sem resolução, com o eu lírico ainda incapaz de esquecer o amor que tanto lhe faz falta. Através dessa narrativa, Valentín Elizalde transmite a emoção de um coração partido e a busca por consolo na bebida, um tema recorrente em muitas canções de música regional mexicana.