Na Boca de Quem Não Presta (Pombagira)

A Força e a Resiliência da Pombagira na Umbanda

A música "Na Boca de Quem Não Presta (Pombagira)" é uma expressão de fé e respeito dentro do contexto religioso da Umbanda, um gênero religioso brasileiro que mescla elementos do catolicismo, espiritismo e religiões africanas. A letra aborda a figura da Pombagira, uma entidade espiritual frequentemente associada à feminilidade, sexualidade e força. A repetição da frase "Pombagira é Mulher de domingo até segunda" enfatiza a constância e a presença permanente da entidade na vida dos fiéis, simbolizando sua disponibilidade e dedicação.

A menção de que "na boca de quem não presta Pombagira é vagabunda" reflete o preconceito e o julgamento moral que muitas vezes são direcionados a essa entidade, especialmente por aqueles que não compreendem ou respeitam as práticas e crenças da Umbanda. A música desafia essas visões estigmatizadas, reafirmando o valor e o papel da Pombagira dentro da religião. O refrão "Oh, Gire! Oh, Gire! Oh, Gire! Oh, Girá!" é um chamado para a dança e a rotação, movimentos típicos nos rituais de invocação das entidades na Umbanda, simbolizando a energia e a transformação.

A referência aos "sete maridos" da Pombagira, que apesar disso "não pode se casar", pode ser interpretada como uma metáfora para a liberdade e independência da entidade, que não se enquadra nos padrões convencionais de relacionamento e matrimônio. A música, portanto, é um hino de celebração à Pombagira, reconhecendo sua força, sua resiliência diante do julgamento alheio e sua importância dentro da espiritualidade da Umbanda.