Mito, Arte e Cultura de Alma Devoradora
Thatiane Carvalho
Sou eu quem vai te devorar
Canta minh'alma de pele vermelha
A tribo progresso chegou pra lutar
E a consciência despertar
Foi assim (será que foi assim?)
Destemido muambeiro
Singrou mares, todo prosa
Salivou pelas delícias dessa terra
Seu colombo, me permita
Essa índia é esquisita
Nem sinal dos teus temperos terra à vista!
Mesmo assim, que maravilha!
Tal riqueza, não previra
Assanhado de cobiça, me esbaldei
Num cenário exotique, vai rolar trambique
São as férias que sonhei!
Tinha tanga de pena
Pintou clima além-mar
Vi o índio comer gente
E ninguém pra reclamar
Depois a comilança continua
Na cultura, o sucesso foi geral
Minha tribo vai pra rua
E transforma a catequese em carnaval
Pra devorar, não tem preguiça
Com terra em transe, é proibido proibir
Me diz por quê
Com tanto pão, eu tenho fome?
Revira lixo, bicho-homem
Um dia, eu quero responder!
Será que um índio faminto virá redimir?
Feito o sol tropical
Reluzir o nosso amanhã
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