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Mulher Demônia

Terra Cabula

Não me culpe pela queda
Que eu tô viva, tampouco sou Eva
Mas faço churrasco da costela de Adão
Que fica aí fazendo gênero pra foder minha função

Vade retro com seus privilégios de falo
Que eu não te invejo, eu nunca me calo
Disco um, oito, zero, eu tenho a ciência ao meu lado
Eu acabo com tua descendência: homem é o caralho!

Sou nova Medeia, sou do morro, sou Joana
Sou Antígona transgressora, a Espartana
Eu já fui Amélia, mas hoje sou demônia
Eu já fui Amélia, mas hoje sou demônia
Eu já fui Amélia, mas hoje sou demônia
Eu já fui Amélia, mas hoje sou demônia

Eu voto, eu trabalho, eu estudo
Essa de homem superior é absurdo
Eu sou mulher de dupla jornada
Não sou sua princesa
E aqui não tem banho, nem cama, nem mesa

Sou a preta velha da sabedoria
Sou o mito da terra, sou a utopia
Sou criadora do mundo, sou Gaia
Mulher contemporânea, sou abstrata
Sou puta, tô puta e sou politizada
Sou puta, tô puta e sou politizada

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Composição: Sebastião Neto. Essa informação está errada? Nos avise.
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