Boca de Motor

A Jornada de Aceitação em 'Boca de Motor'

A música 'Boca de Motor', interpretada por Raghatoni, traz uma narrativa que aborda a jornada de autoaceitação e identidade de gênero de uma pessoa, desde a infância até a vida adulta. A letra começa com a infância do narrador, onde ele já enfrenta estereótipos de gênero ao praticar capoeira e balé, atividades culturalmente associadas a gêneros diferentes. Os pais do narrador expressam preocupações comuns em uma sociedade que tende a rotular e julgar com base em normas de gênero.

Conforme o narrador cresce, ele começa a se afirmar e a se identificar com o que realmente é, apesar das expectativas sociais. Aos 20 anos, ele é reconhecido como 'a rainha dos moleques', uma expressão que desafia as normas de gênero e celebra a sua identidade única. A música também faz referência à cultura LGBTQ+ de Salvador, com o narrador se identificando como 'fabete do Raghatoni', uma possível alusão a uma figura conhecida ou respeitada dentro da comunidade.

A letra da música utiliza metáforas como 'boca de motor', 'boca de pramil', 'boca de alcatráz' e 'boca de anador', que podem ser interpretadas como formas de expressar a força e a resiliência do narrador diante das adversidades. Cada 'boca' representa uma faceta da sua personalidade ou uma conquista na sua jornada de aceitação. A repetição de 'botou, gostou' e variações reforçam a ideia de que o narrador está confortável com quem é e que suas ações são autênticas e satisfatórias para si mesmo.