Se Eu Fosse Só

A Força dos Orixás na Superação: Uma Análise de 'Se Eu Fosse Só' do Puro Axé

A música 'Se Eu Fosse Só', interpretada pelo grupo Puro Axé, é uma expressão de fé e resiliência permeada pela cultura afro-brasileira e suas crenças religiosas. A letra da canção é um testemunho de superação e gratidão aos Orixás, divindades do panteão africano que são veneradas em religiões como o Candomblé e a Umbanda. Cada estrofe da música é uma homenagem a diferentes Orixás, reconhecendo suas influências e proteções em momentos de dificuldade na vida do narrador.

O início da canção estabelece um tom de luta e perseverança, onde o narrador reconhece as adversidades enfrentadas e a importância de se manter firme. A fé é apresentada como um escudo e os Orixás como uma espada, simbolizando a proteção e a força que eles oferecem. A menção ao 'corpo fechado' e às 'rezas do Jacutá' faz referência a práticas de proteção espiritual presentes nas religiões afro-brasileiras.

À medida que a música avança, cada Orixá é invocado e agradece-se por uma forma específica de auxílio. Ogum é lembrado por levantar o narrador após uma queda, Oxum por amparar em momentos de sofrimento, Exú por guiar quando perdido, e assim por diante. Essa narrativa constrói uma imagem de comunidade espiritual e apoio divino, onde cada entidade tem um papel vital na jornada do indivíduo. A música culmina com a afirmação de que, sem essa presença e ajuda dos Orixás, o narrador não teria sobrevivido, destacando a importância da fé e da prática religiosa em sua vida. 'Se Eu Fosse Só' é, portanto, um hino de gratidão e reconhecimento à espiritualidade afro-brasileira e ao amor incondicional que o narrador recebe de suas divindades.