Olha Pomba Girê, Olha Pomba Gira

A Força e o Mistério da Pomba Gira na Música de Fé

A música "Olha Pomba Girê, Olha Pomba Gira" é um ponto cantado dentro das práticas religiosas de matriz africana, como a Umbanda e o Candomblé, que são tradições espirituais brasileiras com raízes africanas. Os pontos são cânticos que servem para invocar e saudar entidades espirituais, e neste caso, a entidade em questão é a Pomba Gira.

A Pomba Gira é uma figura complexa e multifacetada, muitas vezes associada à feminilidade, sexualidade e força. Ela é vista como uma protetora, capaz de trabalhar com questões amorosas e de justiça, e é frequentemente invocada em rituais para resolver problemas nesses âmbitos. A letra menciona 'sete maridos', o que pode simbolizar a sua conexão com múltiplas dimensões e poderes, já que o número sete é considerado místico e significativo em muitas tradições. A 'saia rodada', o 'beber' e o 'fumar' são elementos típicos que representam a liberdade e a natureza desinibida da Pomba Gira.

Além disso, a música cita nomes específicos de Pomba Gira, como Maria Mulambo e Maria Padilha, que são manifestações diferentes da mesma entidade, cada uma com suas características e histórias. A 'Rainha das Almas' e a 'Rainha do Lodo' são títulos que ressaltam o seu domínio e poder no mundo espiritual, enquanto 'Cigana falada' pode se referir à sabedoria e à capacidade de comunicação dessa entidade. A repetição do refrão 'Olha a pomba-girê, olha a pomba-girá' funciona como um chamado e reconhecimento da presença e força da Pomba Gira.