Mãe - Auta de Souza (Espírito)
Maurício Gringo
Ó minha santa mãe! Era bem certo
Que entre as preces maternas estendias
As tuas mãos sobre os meus tristes dias
Quando na Terra – que era o meu deserto
Nos instantes de dor, bem que eu sentia
As tuas asas de Anjo da Ternura
Pairando sobre a minha desventura
Feita de prantos e melancolia
Flor ressequida eu era, e tu o orvalho
Que me nutria, pobre e empalecida
Era a tua alma a luz da minha vida
Meu tesouro, meu dúlcido agasalho!
Ai de mim sem a tua alma bondosa
Que me dava a promessa da esperança
Raio de luz, de amor e de bonança
Na escuridão da vida dolorosa
E que felicidade doce e pura
A que senti após a treva e a morte
Findo o terror da minha negra sorte
Quando vi teu sorriso de ventura!
Então, senti que as Mães são mensageiras
De Maria, Mãe de anjos e de flores
E Mãe das nossas Mães cheias de amores
Nossas meigas e eternas companheiras!
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