A Pátria À Beira de Um Rio
Marco Aurélio Vasconcellos
Roda a carreta, é o destino
Andar por anos a fio
A pátria ainda é um menino
Brincando à beira de um rio
Depois virão as fronteiras
Marcando a sangue esta terra
Trezentos anos na poeira
Da história de tantas guerras
Range a carreta do tempo
Singrando a pampa sem fim
Seu canto antigo é um lamento
Que eu trago ponteando em mim
Certo, canhada, recuerdos
De secas, cheias, geadas
O mundo tranqueia tão lento
No mesmo andar da boiada
Ferro, madeira, silêncio
Do tempo que tudo acalma
Carreta, estrada, é o vento
Três pátrias dentro da alma
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