Vaneira de Respeito
Márcio Correia
Uma vaneira da campanha ou da fronteira
Traz a alma galponeira de quem vive com rigor
E pouco importa se é serrana ou missioneira
Se levanta polvadeira nos fandangos do interior
E um índio véio das munheca calejada
Que recorre as invernadas
Sobre o pingo companheiro
Bailes entretidos no encontros da patroa
E acha a vida muito boa vaneirando no terreiro
Uma bailanta sem vaneira vira em nada
É uma estancia sem eguada meu patrão
É rodeio sem gineteada meu amigo
Gaúcho sem chimarrão
Mas quando solta uma vanera na cordiona
A alma fica redomona meu irmão
E a peonada se embala e vai pra sala
E já começa o calorão
Molha a camisa toma um gole mete um xixo
Sai igual um carrapicho caprichando na figura
Pois a vaneira tem a cisma desse assunto
De levantar até defunto pra bailar na sepultura
Quando o gaiteiro fica besta e muda o passo
Já faz mudar o compasso se aculhera nas ilheiras
Os menos brutos vão sentar a cadelados
Um bagual mais irritado, grita, toca uma vaneira então
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