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exibições de letras 51

Crimideia

MØ CORP

Se apenas por um dia você tivesse acesso
Ao tanto de cobrança que se passa na cabeça de um MC
Você enfiaria sua crítica vazia no teu
Deitaria na sua cama e não ia dormir

E muitos vem nos acusar de egocentrismo
Eu no centro de mim nem sempre foi minha certeza
Implantaram em mim uma doutrina teocentrista
Autoritários visando subjulgar minha grandeza

E eles querem abaixar sua cabeça
Não se torture se não puder se encaixar
Crie sua cena seguindo sua essência
E veja pouco a pouco eles vindo te imitar

E a vida é assim
Nem sempre eu me sinto foda, mano
Então eu minto pra mim dizendo que sou foda, sim
Depois que eu me convenço todos vão acreditando

Tá me cobrando por quê? O que cê quer?
Tá achando que eu sou livro de auto-ajuda ambulante?
Não vim pra ser o super-herói de ninguém, fi!
E o seu super-herói também toma refrigerante

Não tenho sua resposta, cê deu com a cara na porta
Hoje vocês que vão responder a minha questão
Vocês debatem pra resolver seus problemas
Ou só pra pra disputar quem é o dono da razão?
Foda-se o flow!

São várias neuroses e o copo cheio que se parte
Parece que a vida foi entrando num looping de à la carte
Nunca mais eu me senti daquela forma
Ziguezagueando, bambeando, com as minhas pernas tortas

O pior já me aconteceu tem uma cota
E a saudade ainda faz de mim chacota
Me joga prum lado e pro outro
Eu vejo que desse desenho sigo em fase de esboço

Ainda sou muito pequeno
Peço calma aos deuses que dos céus mandam mais raios
Eu aqui sem guarda-chuva e tá chovendo pra caralho
O frio te range os dentes, aperta o passo na geada
E segue andando em frente nessa eterna madrugada

Busca futuro iminente
Num leque de possibilidades que beiram o inconsequente

Staring at the sea
Half of cup is already gone
Drifting on your own like a fucking rolling stone

Da ponta desse deck eu olho pro infinito
Tudo parece tão rico, eu só não acredito
O tempo muda tudo e também muda a gente
Se não fosse assim, nunca chegaria a fase de independente

Outro trago amargo
Reflexiva posição
Cutucando meu âmago
Me intimando à ação

Essa dor não compensa em salário
Sou o próprio risco falho
E sigo só o meu itinerário
Seeking

Se quer ideia, então toma
Reflexo sonoro emociona
Chama, soma ou suma de vez
Se não entende o recado
Quem tem boca vai à Roma

Num curto-circuito é curto o espaço de tempo
Linha tênue, Vênus infinito
Entre o caos e o coma
Regra falha, trabalha
Não consente, não cala
Caneta risca, liberta o monstro que dentro não cala

Agradeço pelo dom
Já pode ir subindo a porra do tom
Que se depender dos moleque, eu não volto pra casa
Trancado no estúdio pro mundo ouvir o som

E eu nem sei de onde vem, mas
Eu tô precisando falar
Vê se passa aqui, preciso te ver
Inspiração, eu clamo e só te peço
Além de muito progresso
Nunca esqueça o papel, a caneta
Eu preciso da letra pra viver, yeah

Com toda vida em penitência
Que é o X do problema
Lírica armada faz a cena
Teu mundo os torna frios, tio
Algema social
Primavera, ano zerø e eu nem acendi o pavio

Faço parte da trindade maldita deste mistério
Hoje a farsa cai em falta longe de um tratar que pauta
Assunto descartável pra manter tua estima em alta

Admito, eu não descanso
Me desculpe, minha essência vibra o mantra
Eu sou bem mais que cê vê
Abra-se a luz, a mente alcança
Voltei pra dentro pra pensar, pra montar meu bom lugar
Retorno sábio nas respostas com muito mais a mostrar

Juntei os caco mesmo
Me rendi ao veneno
Mas mesmo assim olhei pra mim porque exemplo ainda tá tendo

Ódio: Causa: Frustração
Só vide errada decisão
Não se esquecer que olhar pra dentro
É o melhor, na contra-mão do comum

É onde cê se sente só?
Desgraça é mato, tio
Cê tem que dar o seu melhor

Dizem que é para o nosso bem, para nossa proteção
Pra fazer nossas vidas melhores
Todos os dias de várias formas estamos sendo vigiados

Observado, já disse Foucalt
Nesse panóptico invertido
Em meio a lágrimas, me divirto
Atende a porta, diz que eu não tô
Porra!

Ansiedade, crises de ânsia
Realidade é vigilância, lembrança
No paredão, não joga dança
Minha dança
Controladores, a mídia avança
Assombra
Minha mente
Mas eu não posso mais fugir, meu medo tá dentro de mim
Não sobre mais lugar aqui, a paz da morte é o meu fim

Faço tudo pra não me extinguir no lugar
Globo gira em torno de punir e vigiar
Mente atordoada, não posso mais deixar
Mas já sucumbi e canetei pra livrar
Para!

Minha vida já se esgotou, o espelho já não diz quem sou
Medo de viver já me assombrou
E eu só quero fugir

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