Pupilas Lejanas

A angústia do amor distante em 'Pupilas Lejanas'

A música 'Pupilas Lejanas', da banda argentina Los Pericos, é uma expressão poética que aborda temas como a distância emocional, a espera e a sensação de armadilha que pode surgir em relações afetivas. A letra sugere um cenário onde o tempo é um elemento de duplo sentido: é tanto cura quanto condenação. A repetição da frase 'tiempo al tiempo tengo que esperar' (tempo ao tempo tenho que esperar) pode indicar a paciência necessária em um processo de cura emocional ou a inevitabilidade de enfrentar as consequências de ações passadas.

A menção às 'pupilas lejanas' evoca a imagem de um olhar que, embora presente, parece distante, talvez refletindo um desencontro entre os sentimentos dos envolvidos. A insistência do eu lírico para que não o deixem 'morir así' (morrer assim) ou 'caer en la trampa' (cair na armadilha) pode ser interpretada como um apelo para evitar o sofrimento ou o fim de um relacionamento que se tornou doloroso. A sombra contra a parede e a sensação de estar perdido questionam a identidade e o lugar de pertencimento do narrador, sugerindo uma crise existencial intensificada pela 'venganza' (vingança) que o alcança, possivelmente metaforizando as consequências de um amor que se tornou nocivo.

Por fim, a música toca na ideia de que as palavras e ações têm um peso que pode marcar profundamente uma pessoa ('has dado justo en mi pecho'), e o desejo de libertação ('déjame salir de este encierro') é um clamor por espaço e autenticidade. Los Pericos, conhecidos por seu reggae e rock em espanhol, utilizam a melodia e o ritmo para enfatizar a melancolia e a urgência dos sentimentos expressos na letra.