Todo Carnaval Tem Seu Fim

A Melancolia e a Efemeridade do Carnaval na Visão dos Los Hermanos

A música 'Todo Carnaval Tem Seu Fim', da banda brasileira Los Hermanos, é uma reflexão sobre a efemeridade da vida e das alegrias passageiras, utilizando o carnaval como metáfora principal. A letra começa com a rotina de um homem comum, José, que vive em um ciclo monótono, acordando já cansado e dormindo sem ter realmente descansado. Essa repetição diária é um paralelo à inevitabilidade do tempo, que segue seu curso independentemente dos desejos individuais, simbolizado pelo 'dia que insiste em nascer'.

A segunda estrofe traz à tona a ideia de que tudo tem um nome e uma identidade porque assim foi definido, como a 'rosa' e a 'bossa', e que o carnaval, por mais que seja um período de festa e liberdade, também chega ao fim. Isso reforça a noção de que a felicidade é transitória e que, mesmo as tradições e prazeres mais vibrantes, têm seu término. A repetição do verso 'Todo o carnaval tem seu fim' é um lembrete da mortalidade e da constante mudança na vida.

No entanto, a música também traz uma mensagem de resiliência e alegria, com o refrão 'Deixa eu brincar de ser feliz, Deixa eu pintar o meu nariz'. Essas linhas sugerem uma vontade de aproveitar a vida e suas pequenas alegrias, apesar de sua natureza passageira. A referência a 'pintar o meu nariz' pode ser vista como uma alusão a se fantasiar durante o carnaval, um ato de transformação e escape da realidade cotidiana. A música, portanto, equilibra a melancolia da efemeridade com um convite para celebrar a vida enquanto é possível.