Fantasmas
Junia Horta
Já é tarde demais
E agora? Sem saber que dizer
Vou-me embora
Vou deixar para atrás
Este conto e porque, este conto
Dos tais, dos fantasmas banais
Que é preciso esquecer
Esquecer como sou, onde andar
Por desertos, muralhas, ruínas
De agora em diante o corpo fechado
E a alma coberta, crespada se perde uma vida
Pra que? Porque?
Não me lembre demais, Nem me esqueça
Deixe a vida correr, adormeça
Sem olhar para atrás, sem querendo saber
Este conto dos tais, dos fantasmas banais
Que é preciso esquecer
Esquecer que existi, onde estou
Por desertos, muralhas, ruínas
Não importa se a porta fechou para sempre
Parece que um sonho ferido
Que vai na distancia, eu pergunto somente
Porque?, porque o olhar?
Se não se vê, não atreva nada dizer
Nada mais, Nada mais
Nunca mais
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