Roda Morta
João Fênix
O triste disso tudo
É tudo isso
Quer dizer
Tirando nada, só me resta o compromisso
Com os dentes cariados da alegria
Com desgosto e agonia da manada
Dos normais
O triste disso tudo
É tudo isso
A sordidez do conteúdo
Dessas dias maquinais
E as maquinas cavando um poço fundo entre os braçais
É o mesmo mundo dos salões coloniais
Colônias de abutres colunáveis
Gaviões bem sociáveis
Vomitando entre os cristais
E as cristas desses galos de brinquedo
Cuja covardia e medo
Dão ao Sol um tom lilás
Eu vejo o morfo verde no meu fraque
E as moscas mortas no conhaque
Que eu herdei dos ancestrais
E as hordas de demônios quando eu durmo
Infestando horror noturno
Dos meus sonhos infernais
Eu sei que quando acordo
Eu visto a cara falsa
Infame
Como a tara do mais vil dentre os mortais
E morro quando adentro o gabinete
Onde o sócio o e o alcaguete
Não me deixam nunca em paz
O triste em tudo isso é que eu sei disso
Eu vivo disso e além disso
Eu quero sempre mais e mais
Eu sei que quando acordo
Eu visto a cara falsa
Infame
Como a tara do mais vil dentre os mortais
E morro quando adentro o gabinete
Onde o sócio o e o alcaguete
Não me deixam nunca em paz
O triste em tudo isso é que eu sei disso
Eu vivo disso e além disso
Eu quero sempre mais e mais
O triste em tudo isso é que eu sei disso
Eu vivo disso e além disso
Eu quero sempre mais e mais
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