Papel Machê

A Delicadeza e Efemeridade dos Sentimentos em 'Papel Machê'

A música 'Papel Machê' de João Bosco é uma obra que transita entre a delicadeza e a efemeridade dos sentimentos humanos, utilizando-se de metáforas visuais e sensoriais para transmitir suas mensagens. A letra da canção evoca imagens coloridas e vibrantes, como as 'cores do mar' e a 'festa do Sol', sugerindo uma celebração da vida e dos momentos felizes. A referência ao 'sonho brilhar' e ao desejo de ser feliz aponta para a busca incessante do ser humano por momentos de alegria e realização pessoal.

O refrão, que fala em 'dormir no seu colo é tornar a nascer', pode ser interpretado como uma expressão de conforto e renovação encontrados no afeto de um ente querido. A repetição das cores e dos elementos como 'violeta e azul', 'lilás cor do mar', 'seda cor de batom' e 'arco-íris crepom' reforça a ideia de um mundo imaginário e lúdico, quase infantil, onde as preocupações são deixadas de lado. A menção ao 'brinquedo de Papel Machê' simboliza algo que é ao mesmo tempo belo e frágil, podendo ser uma metáfora para a própria vida ou para relações que, embora intensas, são passageiras e delicadas.

João Bosco, conhecido por sua habilidade em compor letras poéticas e melodias complexas, aqui se utiliza de uma linguagem simples, mas carregada de simbolismo. A música pode ser vista como um convite para apreciar os pequenos prazeres da vida, reconhecendo sua transitoriedade e a importância de momentos de pura felicidade e amor. A interjeição 'Ai Ai Ai Ai Ai Ai!!' e o canto 'Lê Lê Lê Lê Lê Lê Lê Lon Lon Lon Lon Ah!' no final da música adicionam um elemento de alegria e celebração, reforçando o clima festivo e a sensação de contentamento que permeia toda a canção.