Moliendo Café

A Melancolia nos Campos de Café: Uma Análise de 'Moliendo Café'

A canção 'Moliendo Café', interpretada pelo artista mexicano Javier Solís, é um clássico da música latino-americana que evoca sentimentos de melancolia e saudade. A letra descreve um cenário onde, ao cair da tarde, as sombras renascem e os cafetales, ou seja, os campos de café, parecem reviver sentimentos e memórias. A música sugere uma conexão profunda entre a natureza e as emoções humanas, onde a quietude da noite e o trabalho árduo de moer café se entrelaçam com uma 'pena de amor', uma tristeza carregada pelo personagem Manuel.

A repetição da cena onde a tarde se transforma em noite e as sombras surgem serve como um pano de fundo para a história de amor e tristeza que se desenrola. A 'vieja molienda', ou velha moenda, simboliza não apenas o processo físico de moer os grãos de café, mas também pode ser interpretada como uma metáfora para o ato de remoer sentimentos e lembranças dolorosas. A canção cria uma atmosfera de introspecção, onde o trabalho manual é acompanhado por uma reflexão emocional profunda.

A figura do 'zambo Manuel', que carrega sua amargura enquanto trabalha incansavelmente pela noite, é central para a narrativa. O termo 'zambo' refere-se a uma pessoa de ascendência africana e indígena na América Latina, o que pode sugerir camadas adicionais de significado relacionadas à identidade cultural e à história de trabalho nas plantações de café. A música, portanto, além de retratar uma história pessoal de amor e perda, pode também ressoar com temas mais amplos de trabalho, herança cultural e a relação entre o ser humano e a terra que cultiva.