Céu Azul (part. MC Tha)

A Melancolia e a Busca por Aceitação em 'Céu Azul'

A música 'Céu Azul', uma colaboração entre Jaloo e MC Tha, é uma composição que transita entre a melancolia e a busca por aceitação. A letra sugere uma narrativa de alguém que se sente deslocado e incompreendido, alguém que, ao revelar sua verdadeira origem ou natureza, provoca reações de medo e rejeição nos outros. A expressão 'Hoje eu que finjo que você não existe' pode indicar uma tentativa de autoproteção, de ignorar a existência do outro para não enfrentar a dor da rejeição.

A canção também aborda a dificuldade de expressão ('Queria escrever uma bela canção / Mas faltou caneta, faltou papel'), utilizando a metáfora do 'papel de pão' e do 'único blues' para representar a escassez de recursos e a simplicidade dos meios disponíveis para se expressar. O 'pedaço de céu' pode ser interpretado como um momento de inspiração ou felicidade que é raro e precioso. A despedida do 'céu azul' e a menção a um 'mundo em descomunhão' sugerem uma ruptura com o passado ou com um estado de inocência, enquanto a busca por 'intimidade' para 'deitar e sonhar' reflete o desejo de conforto emocional e de um espaço seguro.

Por fim, a música termina com uma nota de advertência aos 'cachorros da rua', uma possível metáfora para aqueles que podem querer se aproveitar da vulnerabilidade do narrador ('a minha ferida crua é melhor não lamber'). A menção à 'vingança' que 'pode ser mel e prazer' para o 'povo pobre' sugere uma reviravolta ou um reencontro com a própria força e dignidade, apesar das adversidades enfrentadas.