O Peso da Carga
Ivan Souza & Júlio César
Ia minha comitiva à passos lentos com a boiada
E seguia numa marcha vagarosa e compassada
Poucas léguas que cobria em um dia de viagem
Vários pousos pra cumprir e alcançar outras paragens
Foram tantas minhas idas enfrentando estas jornadas
Que às vezes me sentia como parte dessa estrada
Muitas vezes sob o Sol escaldante de um verão
E nas chuvas de inverno a cair em profusão
Desse tempo que me lembro muita coisa foi mudada
E fizeram rodovias, muitas delas asfaltadas
Não se tem mais o ponteiro que seguindo mais adiante
Repicava a melodia comovente de um berrante
Muitas vezes boiadeiro e outras vezes sou boiada
Nos meus sonhos sempre estou junto a minha peonada
Devaneios de alguém que já não segue na estrada
O progresso faz da vida muito mais acelerada
A lembrança que carrego na bruaca é bem pesada
O orgulho é que me impele a nunca deitar com a carga!
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