Gaivota
Gonçalo Salgueiro
Sou como um barco sem rota
Que no alto mar fizera seu cais
Sou a imagem da gaivota
Tonta de voar e não para mais
Alguém me largou dentro de mim
Alguém me deixou tal como sou
Sem princípio ou fim, numa vida á toa
Deixado sózinho, sou asa que voa
Não consigo encontrar-me
Nem sei quem me prende
Neste voo incerto vejo bem o Sol sem gás
Vejo o firmamento
Mas não me liberto
Alguém me esqueceu sem uma saudade
Alguém me prendeu nesta liberdade
Sem meio ou processo de voltar á vida
Sou ave perdida, que não tem regresso
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