Lareira
Gilson Espíndola
Não sei as palavras necessárias
Que levarão a sua boca suave
Um sinal de busca catado
Nos estranhos sonhos sedentos
Da lareira do meu sexo
Jogue as lenhas na lareira
E deixe esquentar nossos invernos
Procuro as chuvas
Deu um venho sonho
No leito obscuro de faces molhadas
Que sugam as lágrimas escorrdas
Desse túmulo
De sentimentos variados
Jogue as lenhas na lareira
E deixe esquentar nossos invernos
Calado deixo fluir
Um desejo traçado em sonhos
No vazio da boca noturna
Que sopra o útero da noite
Deixando em meu peito ferido
A esperança de um novo sentido
Que abala as multidões
Das minhas veias
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