Domingo No Parque

A Tragédia e a Ironia em 'Domingo No Parque'

A canção 'Domingo No Parque', composta e interpretada por Gilberto Gil, é uma obra que narra uma história de amor e ciúme com um desfecho trágico, tudo isso embalado por uma melodia que contrasta com a gravidade dos eventos descritos. Gilberto Gil, um dos pioneiros do movimento Tropicália, é conhecido por suas composições que misturam elementos da cultura brasileira com críticas sociais e políticas, e 'Domingo No Parque' é um exemplo dessa abordagem.

A música conta a história de dois amigos, José e João, que têm rotinas distintas: um trabalha na feira e o outro na construção. A narrativa se desenrola em um domingo, dia em que ambos decidem fazer algo diferente do habitual. João vai namorar Juliana, enquanto José decide passear no parque. O encontro de José com Juliana e João no parque desencadeia uma crise de ciúmes em José, que vê a mulher dos seus sonhos com seu amigo. A rosa e o sorvete que Juliana segura são metáforas para a paixão e a frieza do coração de José, respectivamente.

A canção culmina em violência, com José atacando Juliana e João, deixando-os feridos ou mortos. A repetição dos versos 'Ê, José!' e 'Ê, João!' ao final da música, agora com um tom sombrio, destaca a ausência de vida e alegria que antes preenchiam suas vidas. A música utiliza a ironia de uma melodia alegre e ritmada para contar uma história de amor que termina em tragédia, refletindo sobre a imprevisibilidade da vida e as consequências devastadoras do ciúme.