Cantiga de Amigo

A Saudade e o Amor nas Cordas de Elomar

A canção "Cantiga de Amigo" de Elomar Figueira Melo é uma expressão lírica que mergulha nas raízes da música nordestina, trazendo à tona a melancolia do amor e da saudade. Elomar, conhecido por sua habilidade em entrelaçar a cultura regional com a universal, utiliza a figura da "Casa dos Carneiros" como cenário para uma celebração de amor e admiração por uma figura feminina ausente, a quem ele chama de "minha amiga mulher".

A repetição do verso "Dezessete é minha conta" sugere uma contagem que pode representar a passagem do tempo ou a tentativa de quantificar algo que é, na verdade, imensurável: o amor e a saudade. A solicitação para que a amiga conte "uma coisa linda" para ele, enquanto ele se encontra em meio a violeiros e cantadores, pode ser interpretada como um anseio por um sinal de que o amor que ele sente ainda é correspondido, apesar da distância e da separação.

A música também aborda a dor da traição ou do abandono, expressa na linha "Madre amiga é ruim / Me mentiu jurando amor que não tem fim". A canção se torna um lamento pela promessa de um amor eterno que foi quebrada, e a repetição dessa acusação ao longo da música reforça a profundidade da mágoa sentida pelo eu lírico. Através de sua poesia, Elomar consegue transmitir a complexidade dos sentimentos humanos, utilizando a música como veículo para explorar temas universais do amor, da perda e da esperança.