Eu Não Tenho um Barco, Disse a Árvore

Reflexões Sobre Procrastinação e Identidade em 'Eu Não Tenho um Barco, Disse a Árvore' de Cicero

A música 'Eu Não Tenho um Barco, Disse a Árvore', do artista brasileiro Cicero, mergulha em temas profundos como a procrastinação e a busca pela identidade própria, explorando as consequências de adiar decisões e a desconexão com o eu interior. Através de uma letra introspectiva, Cicero convida o ouvinte a refletir sobre o hábito de deixar para depois aquilo que não necessita espera, uma prática comum que muitas vezes resulta em arrependimento e na perda de oportunidades.

O refrão da música, repetido várias vezes, serve como um lembrete melancólico da inércia que pode dominar a vida das pessoas quando elas continuam mudando 'as mesmas coisas de lugar' sem realmente fazer mudanças significativas. Essa metáfora sugere uma espécie de autoengano, onde a pessoa acredita estar fazendo progresso, mas na realidade, apenas rearranja superficialmente sua vida sem enfrentar as questões fundamentais.

Além disso, a música toca na questão da identidade, onde o eu lírico expressa o desejo de descansar de 'quem a gente mesmo escolheu ser'. Isso reflete a luta interna entre a identidade que se forma através das escolhas e expectativas sociais e o verdadeiro self que muitas vezes permanece oculto ou suprimido. Cicero, conhecido por suas letras contemplativas e sua música que mistura elementos de MPB com indie, utiliza essa canção para provocar uma introspecção sobre como as decisões adiadas e a falta de autenticidade podem moldar a vida de maneira indesejada.