Ô Abre Alas

A Preferência do Coração em 'Ô Abre Alas'

A música 'Ô Abre Alas', composta pela pioneira Chiquinha Gonzaga, é uma obra que se entrelaça com a cultura brasileira, especialmente com o carnaval, período em que as pessoas se permitem extravasar sentimentos e emoções. A letra da música, apesar de curta, traz uma narrativa que pode ser interpretada como uma metáfora para as escolhas amorosas e as consequências dessas escolhas na vida de uma pessoa.

A expressão 'Ô abre alas' é um chamado para que se abra espaço, uma referência direta ao desfile de carnaval, onde os foliões pedem passagem para celebrar. No contexto da música, o eu lírico utiliza essa expressão para pedir licença e desabafar sobre uma situação amorosa. A 'jardineira' que abandonou o 'jardim' do eu lírico representa uma pessoa amada que se afastou, possivelmente por ciúmes ou despeito, já que 'a rosa resolveu gostar de mim'.

A rosa, por sua vez, é uma metáfora para outra pessoa que demonstrou interesse amoroso pelo eu lírico. No entanto, o eu lírico expressa uma preferência clara pela 'jardineira carinhosa', rejeitando a rosa e seus 'espinhos'. Essa escolha revela o desejo por um amor mais genuíno e menos doloroso, simbolizado pela 'flor cheirosa' e os 'carinhos' da jardineira. A repetição dos versos enfatiza a angústia e a sinceridade do desabafo, enquanto a melodia alegre contrasta com a tristeza da perda amorosa.