Veraneio Vascaína

A Crítica Social em 'Veraneio Vascaína' do Capital Inicial

A música 'Veraneio Vascaína', da banda brasileira Capital Inicial, é uma crítica contundente à violência policial e à corrupção dentro das forças de segurança. A letra, carregada de ironia e sarcasmo, descreve uma viatura policial – a Veraneio, um modelo de carro usado pela polícia nas décadas passadas – de forma ameaçadora, associando-a a 'dois ou três tarados / Assassinos armados, uniformizados'. Essa descrição sugere que, em vez de proteger, a polícia é vista como uma força de opressão e violência, especialmente contra os mais pobres e marginalizados.

O refrão 'Veraneio vascaína vem dobrando a esquina' evoca uma sensação de medo e iminência, como se a presença da polícia fosse um sinal de perigo. A música também aborda a ideia de que a sociedade pré-determina o destino dos mais pobres, sugerindo que eles são vistos como futuros criminosos ('Porque pobre quando nasce com instinto assassino / Sabe o que vai ser quando crescer desde menino'). A canção critica a brutalidade e a impunidade, destacando que aqueles com poder – neste caso, a polícia – podem agir sem consequências ('Com uma arma na mão eu boto fogo no país / E não vai ter problema, eu sei, estou do lado da lei').

Lançada no início dos anos 90, a música reflete as tensões sociais e a desconfiança nas instituições de segurança pública que marcaram o período. O Capital Inicial, conhecido por suas letras que abordam temas políticos e sociais, utiliza 'Veraneio Vascaína' para denunciar a violência sistêmica e a criminalização da pobreza, temas ainda relevantes na sociedade contemporânea.