Paralelas

A Velocidade da Vida e o Amor em 'Paralelas'

A canção 'Paralelas', composta pelo renomado cantor e compositor brasileiro Belchior, é uma obra que reflete sobre a velocidade da vida moderna e o impacto que ela tem sobre os relacionamentos amorosos. A letra utiliza metáforas relacionadas ao trânsito e à urbanização para expressar a distância emocional que pode surgir entre as pessoas.

No início da música, a imagem de alguém dirigindo a cem por hora, com os 'carinhos do motor' como única companhia, sugere uma solidão acompanhada apenas pela tecnologia e pela pressa do dia a dia. A referência ao trabalho e à multiplicação de riquezas, que paradoxalmente diminui o amor, critica a obsessão por sucesso financeiro e como isso pode esvaziar os sentimentos e as relações humanas.

Belchior também faz uso de ícones do Rio de Janeiro, como o Corcovado e Copacabana, para ilustrar a grandiosidade dos sentimentos do eu lírico, que se vê como o mar e quem abre os braços, em contraste com a indiferença da pessoa amada. A juventude do coração, descrita como perversa, revela uma tendência a valorizar apenas o que é intenso e dramático, como a paixão e a crueldade, em detrimento de sentimentos mais estáveis e profundos. As 'paralelas dos pneus n'água das ruas', que representam caminhos que nunca se encontram, simbolizam a separação inevitável entre os amantes em meio à correria da vida urbana.