Canto de Ossanha

Reflexões e Advertências no 'Canto de Ossanha' de Baden Powell

A música 'Canto de Ossanha', composta por Baden Powell e com letras de Vinicius de Moraes, é uma obra que mergulha profundamente nas tradições afro-brasileiras e na complexidade das relações humanas. A canção inicia com uma série de paradoxos sobre a natureza humana, destacando a discrepância entre o que as pessoas dizem e o que realmente fazem. Essas contradições servem como um aviso sobre a autenticidade e as verdadeiras intenções das pessoas.

O 'Canto de Ossanha' refere-se especificamente a um canto de feitiçaria dentro do contexto das religiões afro-brasileiras, como o Candomblé. Ossanha é o orixá das folhas e das ervas, essencial na prática de qualquer ritual. A música adverte sobre os perigos de se envolver com feitiços de amor, sugerindo que tais práticas podem levar a arrependimentos profundos. A repetição do refrão 'Vai, vai, vai, vai, não vou' enfatiza a resistência do narrador em ceder às tentações de soluções fáceis para o amor e a dor.

Além disso, a canção faz uma conexão entre o amor, a dor e a religiosidade, sugerindo que o verdadeiro amor deve ser sentido profundamente, até mesmo com dor. A referência a Xangô, outro orixá, reforça a ideia de que o amor e as relações devem ser respeitadas e tratadas com seriedade, conforme os conselhos dos orixás. A música, portanto, não é apenas uma expressão artística, mas também um veículo de ensinamentos culturais e espirituais.