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Vou Dar De Beber À Dor

André Baptista

Foi no Domingo passado que passei
À casa onde vivia a Mariquinhas
Mas está tudo tão mudado que não vi em nenhum lado
As tais janelas que tinham tabuinhas

Do rés-do-chão ao telhado, não vi nada, nada, nada
Que pudesse recordar-me a Mariquinhas
E há um vidro pregado e azulado
Onde havia as tabuinhas

Entrei e onde era a sala agora está
À secretária um sujeito que é lingrinhas
Mas não vi colchas com barra, nem viola, nem guitarra
Nem espreitadelas furtivas das vizinhas

O tempo cravou a garra, na alma daquela casa
Onde às vezes petiscávamos sardinhas
Quando em noites de guitarra e de farra
Estava alegre a Mariquinhas

As janelas tão garridas que ficavam
Com cortinados de chita às pintinhas
Perderam de todo a graça, porque é hoje uma vidraça
Com cercadura de lata às voltinhas

E lá pra dentro quem passa, hoje é pra ir aos penhores
Entregar ao usurário umas coisinhas
Pois chega a esta desgraça, toda a graça
Da casa da Mariquinhas

Pra terem feito da casa o que fizeram
Melhor fora que a mandassem pras alminhas
Pois ser casa de penhores, o que foi viveiro de amores
É ideia que não cabe cá nas minhas

Recordações do calor e das saudades, o gosto
Que eu vou procurar esquecer, numas ginjinhas
Pois dar de beber à dor, é o melhor
Já dizia a Mariquinhas

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