Garça Branca
Zebeto Corrêa
Garça branca, sentinela da lagoa
Vive triste sem ninguém a quem amar
Garça branca bate as asas quando voa
Vai ligeira e leva longe o meu olhar
Garça branca, minha sina é igual a sua
Vivo triste sem ninguém a quem amar
E no espelho da lagoa vejo a lua
Refletida feito ave a voar
Essa garça é a minha alma que navega
Vai certeira feito flecha, fere o céu
E no sangue do poente voa às cegas
Qual as notas na canção do menestrel
Garça branca a solidão me desespera
Quem me dera eu voasse com você
Fiz as asas com a cera da quimera
O sol quente fez a cera derreter
Garça branca, o meu cantar é de tristeza
Pois o tempo vai depressa como um trem
Feito a água que evapora da represa
Choro sempre com saudades do meu bem
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