Forró do Ó
Zebeto Corrêa
Me dê licença, meu cabra,
Porque hoje deu um nó.
Não sei se toco ou se danço
No bate-chinela ou fobó.
O triângulo e a zabumba
E a sanfona do jacó
Logo cedo estranharam
A chegada do teclado
E da guitarra, olhe só.
Padim ciço, me perdoe
Se levanto um quiproquó:
Pé-de-serra é tão bom!
Pra que tanto rococó?
Modernismo eletrônico
É aceito em mossoró?
O que pensam em juazeiro,
Em natal e brogodó?
Já falei pro dominguinhos
Que me faz falta um xodó.
E que a saudade do luiz
Amarga que nem jiló.
Nordeste não é só a seca
Pra se cantar num forró.
Tem muito assunto arretado
Dando sopa no gogó.
Eu já gastei fala mansa
Com lorota de dar dó.
Vou pra sala de reboco
Cair no forrobodó.
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