Aos Filhos
Silvestre Kuhlmann
Fitai as aves na amplidão celeste
A garça branca que nos ares vai
Nem uma pena da plumagem cai
Sem permissão de Deus, que assim as veste
Vede os lírios do campo; quem reveste
Seu ouro de lavor? Considerai
Que, lá no céu, tendes um Deus que é Pai
E faz chover amor no solo agreste
Por que trazeis vossas feições tão graves?
Não valeis, porventura, mais que as aves?
Mais que os lírios do campo não valeis?
Desventura é viver sentindo o travo
O gosto amargo de um viver escravo
Sem saber que sois filhos... Que sois reis
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