Distorção
João Luiz
Vou entrando na madrugada
Em mim uma voz calada
Um verso esquecido que ficou
Vou sem esperança ou sorte
Sem mesmo um pensamento
Cortando a brisa, o vento
O silêncio que restou
Sigo solto no espaço infindo, morto
Descalço, vou sem porto
Sem passo, sem chegar
Vou na vida, no amor
Na madrugada perdido
No vazio do seu olhar
Desço estrada
O horizonte aberto ou nada
E no céu suspenso, o tempo
Parece que parou
Deixando o irreal erguido
O seu vulto distorcido
O sorriso incontido
Zombando
Sigo solto no espaço infindo, morto
Descalço, vou sem porto
Sem passo, sem chegar
Vou na vida, no amor
Na madrugada perdido
No vazio do seu olhar
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