Última Clavada
Jayme Caetano Braun
Ele não tinha mais saída e veio
De tombo em tombo, se judiando a toa
Igual à chuva que se armando feio
Mudou de rumo pra morrer garoa
Igual silêncio que tornou-se ruído
Na cancha larga dos que botam sorte
Clavou de ponta no que tinha sido
Prendendo o grito pra torcer a morte
Atira o osso, paissano
Bota de sorte, clavada
Quem traz a sina de jogar de mano
Não tem permisso de morrer por nada
Ah, morte velha
Que não erra pulo
Não volta tempo nem respeita banca
Ficou só a marca de uma tava branca
Era tão linda, mas clavou de culo
Depois de tudo
Na carpeta grande
Onde o destino se tornou coimero
Na volta e meia do calor do sande
Morreu a fala, já não tem parceiro
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