As Musas
Eliana Printes
Tontas ou senão suspensas pelo vento
Passam quase todas e se deixam
Dispensar a cada novo movimento
Gatas, ninfas, babies, monumentos
Delas a mais bela acende a presença
Desce sinuosamente lenta
Se destaca e cedo volta à sua viagem
Sonsas, são tantas docemente
Onde estão ou vai ver que não deixam
Nem gosto nem cicatriz
Sensação nem de luz, nem de ilusão
O risco da paixão é giz
Outra vez então no vento vão suspensas
Pairam todas elas e se deitam
A fingir a mais feliz indiferença
Falsas, quietas, magras, violentas
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