Tradicional
Desidério Souza
Um potro pampa aragano me refugou a porteira
Porém, a armada certeira lhe pescocio no espaço
Trouxe na ponta do laço na direção da mangueira
Berrando se manotiava num salto caiu pranchado
Só que já estava pialado no sovéu de um companheiro
E o outro chegou ligeiro pra deixar embuçalado
Pois na primeira pegada depois de maniar o bagual
Se arrocha bem o bucal, com calma jeito e sem pressa
Pois, é assim que se começa uma doma tradicional
Ali mesmo atemo o queixo, entre alaridos e farra
Delgado que nem guitarra dei um nó na barrigueira
Porque na encilha primeira, tem que apertar bem as garras
Sincham na maçã do peito, mais firme que um atilho
Da papada de um novilho de um travessão de capricho
E ajeita bem o rabicho que ajuda a firmar o lombilho
Me enforquilhei no crinudo, que num bufo arrastou o toso
Transformado no tinhoso demonstrando rebeldia
Mas, eu sei a simpatia para que não fique baldoso
Firmo a rédea, prumo o corpo pra mode evitar perigo
Porém, aplico o castigo pra o mala que corcoveia
Bato nele com a maneia no velho sistema antigo
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