Um Conto de Um Trilhão de Anos e Uma Noite
Num vilarejo numa era desconhecida
Um jovem rapaz desconhecido
Um conto de fadas que ninguém conhece
Desde meu nascimento
Tratado como um indesejado filhote de demônio
Eu recebi
Um castigo injusto
Não há motivo para estar triste, mas
Além do pôr do sol eu sou guiado pelas mãos
Eu não sei, eu não sei, eu não sei de nada
Nem da bondade depois da reprimenda
Ou do calor das mãos após a chuva
Mas está mesmo, mesmo, mesmo, mesmo frio
Eu não morro, eu não morro, por que eu não morro?
Embora eu não possa nem ter um sonho
Este conto que ninguém conhece
Foi absorvido pelo pôr do sol
E desapareceu
Uma violência quase cuspida
Olhares de desprezo diariamente
De repente
Você estava ali
Embora eu não devesse falar com você
"Eu quero saber seu nome"
Desculpe, mas eu não tenho nome
Nem língua
Embora não haja lugar para mim em lugar algum
"Vamos juntos para casa" me guie pela mão
Eu não sei, eu não sei, eu não sei de nada
Nem que você não é mais uma criança
O calor das mãos de um estranho
É mesmo, mesmo, mesmo, apenas a verdade
Você não para, você não para, por que você não para?
Embora você seja morto se te encontrarem
Duas crianças indesejadas após a chuva
Foram absorvidas pelo pôr do sol
E desapareceram
O dia acaba, a noite acaba
Nós brincamos até cansar e nos abraçamos
Neste mundo, além de você e de mim
Seria bom se não houvesse ninguém
Seria bom se não houvesse ninguém
Eu não sei, eu não sei, uma voz pode ser ouvida
Não é a minha, nem a sua, mas de toda a humanidade
Sem resistir, fomos guiados pelas mãos
E fomos absorvidos pelo pôr do sol
E desaparecemos
Eu não sei, eu não sei, eu não sei de nada
Nem o que vem agora, nem o seu nome
Por enquanto, por enquanto está tudo bem
É só o que eu penso mesmo, mesmo, mesmo, mesmo
Eu não sei, eu não sei, aquele zumbido
Foi absorvido pelo pôr do sol e desapareceu