Paren de Matarnos

Oh, oh-oh-oh-oh, oh-oh-oh-oh, oh-oh-oh
Paren, paren
Oh, oh-oh-oh-oh, oh-oh-oh-oh, oh-oh-oh
Paren de matar

Salí para el trabajo y no fui
Salí para la escuela y no llegué
Salí del baile y me perdí
De pronto, me desdibujé

Mis amigos me buscan por ahí
Los vecinos pegaron un cartel
En los postes de luz del barrio
En la calle, en el subte, en el tren

Me busca mi hermano, me busca mi madre
Perdí contacto ayer a la tarde
Vino la tele, habló mi padre
La red explota, el Twitter arde

Si tocan a una, nos tocan a todas
El femicidio se puso de moda
El juez de turno se fue a una boda
La policía participa en la joda

Y así va la historia de la humanidad
Que es la historia de la enfermedad
Ay, carajo, qué mal que estamos los humanos
Loco, paren de matarnos

Oh, oh-oh-oh-oh, oh-oh-oh-oh, oh-oh-oh
Paren
Oh, oh-oh-oh-oh, oh-oh-oh-oh, oh-oh-oh
Paren de matarnos

Oh, oh-oh-oh-oh, oh-oh-oh-oh, oh-oh-oh
Paren, paren
Oh, oh-oh-oh-oh, oh-oh-oh-oh, oh-oh-oh
Paren de matar

Dicen que desaparecí
Porque andaba sola por ahí
Porque usaba la falda muy corta
Se la pasan culpándome a mí

Me dijeron que diga que sí
Me mataron desde que nací
Me obligaron a ser una esclava
Lava y lava y a parir

De sol a sol, de noche y de mañana
Me matan y mueren todas mis hermanas
Me duele el cuerpo y las entrañas
No quiero que me toques, chabón, no tengo ganas

Me matan y se infecta la raza humana
Le temen al poder que de mi boca emana
Soy esta herida que pudre y no sana
Me matan y conmigo se muere mi mamá

Y es la historia de la humanidad
Que es la historia de la enfermedad
Ay, carajo, qué mal que estamos los humanos
Loco, paren de matarnos

Oh, oh-oh-oh-oh, oh-oh-oh-oh, oh-oh-oh
Paren
Oh, oh-oh-oh-oh, oh-oh-oh-oh, oh-oh-oh
Paren de matarnos

Oh, oh-oh-oh-oh, oh-oh-oh-oh, oh-oh-oh
Paren, paren
Oh, oh-oh-oh-oh, oh-oh-oh-oh, oh-oh-oh
Paren de matar

Ovario, garra, corazón
Mujer alerta
Luchadora
Organizada
Puño en alto
Y ni una menos
Vivas nos queremos

Un, dos
¡Un, dos, tres, cua-!

Oh, oh-oh-oh-oh, oh-oh-oh-oh, oh-oh-oh
Paren
Oh, oh-oh-oh-oh, oh-oh-oh-oh, oh-oh-oh
Paren de matarnos

Oh, oh-oh-oh-oh, oh-oh-oh-oh, oh-oh-oh
Paren, paren
Oh, oh-oh-oh-oh, oh-oh-oh-oh, oh-oh-oh
Paren de matar

Parem de Nos Matar

Ô, ô-ô-ô-ô, ô-ô-ô-ô, ô-ô-ô
Parem, parem
Ô, ô-ô-ô-ô, ô-ô-ô-ô, ô-ô-ô
Parem de matar

Saí para trabalhar e não fui
Saí para ir à escola e não cheguei
Saí da festa e me perdi
De repente, eu sumi

Meus amigos me procuram por aí
Os vizinhos colaram um cartaz
Nos postes de luz do bairro
Na rua, no metrô, no trem

Meu irmão está me procurando, minha mãe está me procurando
Fiquei fora de contato ontem à tarde
Apareceu o pessoal da TV, meu pai deu entrevista
A internet foi à loucura, o Twitter pegou fogo

Mexeu com uma, mexeu com todas
O feminicídio virou moda
O juiz de plantão foi a um casamento
A polícia participa da festa

E assim caminha a história da humanidade
Uma história adoecida
Caramba, estamos fazendo tudo errado
Cara, parem de nos matar

Ô, ô-ô-ô-ô, ô-ô-ô-ô, ô-ô-ô
Parem
Ô, ô-ô-ô-ô, ô-ô-ô-ô, ô-ô-ô
Parem de nos matar

Ô, ô-ô-ô-ô, ô-ô-ô-ô, ô-ô-ô
Parem, parem
Ô, ô-ô-ô-ô, ô-ô-ô-ô, ô-ô-ô
Parem de matar

Eles dizem que eu desapareci
Porque eu estava sozinha por aí
Porque eu estava usando uma saia muito curta
Ficam colocando a culpa em mim

Eles me disseram para dizer sim
Eles me mataram desde que nasci
Eles me forçaram a ser uma escrava
Lave e lave e dê à luz

Dia após dia, de noite e de manhã
Eles me matam e todas as minhas irmãs morrem
Meu corpo e minhas entranhas doem
Eu não quero que você encoste em mim, cara, não tô com vontade!

Eles me matam e a raça humana fica infectada
Eles temem o poder que emana da minha boca
Eu sou essa ferida que apodrece e não cura
Eles me matam e minha mãe morre comigo

Essa é a história da humanidade
Uma história adoecida
Caramba, estamos fazendo tudo errado
Cara, parem de nos matar

Ô, ô-ô-ô-ô, ô-ô-ô-ô, ô-ô-ô
Parem
Ô, ô-ô-ô-ô, ô-ô-ô-ô, ô-ô-ô
Parem de nos matar

Ô, ô-ô-ô-ô, ô-ô-ô-ô, ô-ô-ô
Parem, parem
Ô, ô-ô-ô-ô, ô-ô-ô-ô, ô-ô-ô
Parem de matar

Ovários, garra, coração
Mulher alerta
Guerreira
Organizada
Punho erguido
E nem uma a menos
Queremos todas vivas

Um, dois
Um, dois, três, quatro!

Ô, ô-ô-ô-ô, ô-ô-ô-ô, ô-ô-ô
Parem
Ô, ô-ô-ô-ô, ô-ô-ô-ô, ô-ô-ô
Parem de nos matar

Ô, ô-ô-ô-ô, ô-ô-ô-ô, ô-ô-ô
Parem, parem
Ô, ô-ô-ô-ô, ô-ô-ô-ô, ô-ô-ô
Parem de matar

Composição: Guillermo Beresñak / Miss Bolivia